terça-feira, 27 de julho de 2010

Minha Boemia (Fantasia)


Eu caminhava, as mãos soltas nos bolsos gastos;
O meu paletó não era bem o ideal;
Ia sob o seu, Musa ! Teu amante leal;
Ah ! E sonhava mil amores insensatos
Minha única calça tinha um largo furo.
Pequeno polegar, eu tecia no percurso
Um rosário de rimas.

A grande ursa, O meu albergue,
brilhava no céu escuro.
Sentado na sargeta, só , eu a ouvia
Nessa noite de setembro em que sentia

O odor das rosas , que vinho vigoroso !
Ali, entre inúmeros ombros fantásticos,
Rimava com a débil lira dos elásticos
De meu sapatos, e o coração doloroso !

Arthur Rimbaud (1854 - 1891)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Vaga-lumes que choram


Na liberdade de meus pensamentos, me aprisiono em meu silêncio a contemplar uma curva, na triste ilusão de lhe ver surgindo me procurando.

Vaumirtes Freire - O poeta do silêncio.